Se você espera um texto genérico com as explicações de sempre, sendo de direita falando que era melhor na época ou de esquerda falando que foi por doutrinação, recomendo que se dirijam a um livro do MEC ou a uma página intervencionista, o que teremos aqui é diferente.
Hoje milhões de pessoas sentem falta do regime militar, boa parte viveu a época, outra parte é filha de geração que viveu, outros são de pessoas que nunca tiveram contato com a história do regime mas entraram na onda de nostalgia, e isso acontece pelos seguintes motivos:
Hoje milhões de pessoas sentem falta do regime militar, boa parte viveu a época, outra parte é filha de geração que viveu, outros são de pessoas que nunca tiveram contato com a história do regime mas entraram na onda de nostalgia, e isso acontece pelos seguintes motivos:
1) Desanimação, este sendo o maior. Quando acaba o regime vem aquela onda de otimismo, "Agora o Brasil ia dar certo", "Agora vamos ter uma democracia funcional", "Agora estaremos livres da opressão" e várias expressões do tipo eram repetidas, temos democracia na mesa, nada mais importa, vamos para frente. O problema é que esse otimismo foi para o chão, a economia passou pelas crises dos anos 80 e 90, com o país ficando 25 anos tendo um crescimento irrisório, então ele volta a crescer durante o governo Lula só para afundar de novo na estagnação no governo Dilma. Caso você fosse um adolescente no regime militar e se lembrasse das taxas de crescimento de 7% ao ano, você provavelmente se sentiu ou revoltado ou humilhado nestes 25 anos, deixando a observação que o crescimento do regime militar era artificial empurrado com empréstimos de fora e irresponsável e também quebrou no final, mas pelo menos tiveram espasmos fortes de crescimento, o que não se repetiu entre 1985 e 2005. Outro fator é que o regime militar causa a explosão das favelas, mas como tinha a repressão policial o crime se mantinha baixo (mas era uma bomba relógio pois não tinha política para resolver isso e assim que tirassem a polícia a violência explodiria), a partir do momento que retiram a polícia com o fim do regime o crime estoura, e o Brasil apenas abaixa a cabeça e vem vivendo desde 1985 sobre o julgo do crime, sobre a possibilidade aparentemente iminente de levar uma bala perdida ou ser assaltado, por mais que tenham políticas sociais hoje que ajudem a combater a pobreza, não há segurança. Você pode até fazer algum argumento puramente ideológico falando "Não mas segurança não importa, só a democracia importa" mas isso é um argumento que vem de um pedestal intelectual que não atinge a população brasileira, e você sabe disso.
2) O combate ao regime militar é feito de forma errada. Quando os que rejeitam o regime militar vão critica-lo, o discurso geralmente se baseia nos argumentos do "pedestal intelectual" que falei acima, frases como "Não tinha democracia" ou "Eles perseguiam comunistas" são comuns, o problema é que isso tem pouco ou nenhum efeito em quem defende o regime. O defensor dele não liga que não tinha democracia, provavelmente porque ele não se sente representado pelo governo então isso é irrelevante para ele; ele também é anti comunista e vê os comunistas como uma ameaça maior do que qualquer tipo de ameaça que o regime militar representava, então "qual o problema se tem comunista apanhando da polícia?" "Isso não vai me atingir no final das coisas". Isso acontece pois querendo ou não quem é contra o regime militar hoje é na maioria das vezes o pessoal que levava cacetada na cabeça por atirar molotov contra a polícia e não tem cuidado para adaptar o discurso, é uma elite intelectual. Uma forma extremamente efetiva de combater isso seria usar argumentos que não são do campo ideológico, se nos livros didáticos estivessem coisas como o primeiro e segundo Planos Nacionais do Desenvolvimento e tivessem explicações COESAS de como eles afundaram a economia, se tivessem descrições de como quase todas as áreas menos o sudeste empobreceram durante o regime, se tivessem explicações de como o Figueiredo disse que preferia cheiro de cavalo à cheiro de povo e como o mesmo Figueiredo fez um ajuste agrário exportador parando a nossa industrialização, mais fatores como eles censuraram a mídia impedindo que o povo soubesse dos escândalos absurdos de corrupção, aí sim você veria uma multidão deixando de apoiar o regime, é muito comum você ver discussão que um cara fala "Não tinha corrupção", então deveria ser feito um esforço para mostrar que tinha uma corrupção absurda principalmente porque a mídia escondia, e não falar algo do tipo "Ah mas não tinha corrupção só que eu não podia chegar na rua e defender a União Soviética".
3) Quem foi educado no regime ainda está por aí, cerca de 4 a cada 10 brasileiros ainda se lembram do regime, e devido as aulas ideológicas, como a Organização Social e Política Brasileira (OSBP), ou da educação moral e cívica, etc. Essas pessoas que constituem boa parte do grupo citado no número 1, e infelizmente é difícil de convertê-las, afinal como foi dito acima, elas passaram por toda a desanimação pois estavam a mercê da propaganda do regime e quando a propaganda sai e as coisas estagnam elas jogam a culpa na democratização, mesmo que o que houve na democratização foi um fruto direto das medidas tomadas pelo regime militar.
Esse texto foi escrito pela página "Zueiras Históricas, A Zueira Contra-Ataca", leia o post original: https://www.facebook.com/azueiracontraataca/photos/a.1599040573702180.1073741828.1566071856999052/2059632880976278/?type=3
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