quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Dom João VI: Um Grande Homem Ironizado


Dom João VI pode ser considerado como o estadista mais ridicularizado da história do Brasil (isso sem contar os presidentes da Nova República e alguns específicos das anteriores). Muito associa a figura de Dom João como um príncipe bobo e comilão (este último se relaciona com a antiga história das coxas de frango) que nada fez pelo Brasil, apenas veio e deixou seu filho aqui no intuito de se livrar de um problema. Farei um pequeno de sua vida a partir da saída de Portugal e uma lista de cousas que fez em pró do Brasil.


Após o imperador francês, Napoleão Bonaparte, declarar o Bloqueio Continental contra todos os países aliados e simpatizantes do Império Britânico, Portugal se encontrou num grande dilema (este que era um aliado antigo dos britânicos): Ou ele aceitava o bloqueio econômico e fazia negócios com a França, mas perderia um antigo e poderoso aliado, ou ele iria contra aquilo imposto por Napoleão, continuaria comercializando com os britânicos e teria de resistir uma invasão francesa. Portugal escolheu a segunda opção em partes, pois eles realmente continuaram aliados do Império Britânico, mas Dom João escolheu transferir a corte portuguesa para o Brasil, levando assim 15 Mil membros da nobreza, do clero e do meio político executivo, legislativo e judiciário, fora a própria família real. Todos estes embarcaram, com a escolta de navios ingleses, que defenderiam Portugal se eles negassem o bloqueio ou os guiariam se fossem "fugir", no dia 7 de Novembro de 1807 em direção a antiga colônia portuguesa. 

Chegada de Dom João VI a Salvador, Cândido Portinari

No dia 22 de Janeiro de 1808 Dom João chega com a frota de navios portugueses em Salvador. Listarei agora os seus grandes desde sua chegada ao Brasil:

Estes foram apenas alguns dos feitos de Dom João IV como príncipe regente de Portugal, mas seu feito principal, o que nos iniciou no processo de como conhecemos o Brasil Imperial é ele ter, no dia 16 de Fevereiro de 1815, ter elevado o Brasil a "Reino Unido de Portugal", sendo agora o Império Português chamado de "Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves".

Bandeira do Reino Unido de Portugal

Após Portugal se livrar de Napoleão com a ajuda dos ingleses, em 1815, se iniciou em Portugal um movimento liberal, com apoio de maçons e militares, chamado "Supremo Conselho Regenerador de Portugal e Algarves" no intuito de expulsar os britânicos das forças armadas e re-estruturar os setores diversos do império que haviam sido destruídos (ou degenerados). Liderado por Gomes Freire de Andrade, o movimento visava implementar o alto liberalismo econômico e social em Portugal. Em Maio de 1817 o movimento foi denunciado e passou a ser perseguido politicamente e fisicamente pelas forças policiais portuguesas. Gomes Freire, grão-mestre (líder maior das lojas maçônicas) do Grande Oriente Lusitano (nome da loja) por conspiração contra a monarquia. Mais 10 líderes conspiratórios foram mortos. No ano de 1820, inspirados pelo movimento de três anos antes, militares se moveram na cidade do Porto contra a monarquia, e depois o movimento cresceu até Lisboa. Para acalmar a situação, Dom João viu a necessidade de retornar a Portugal, assim sendo, deixou seu filho Dom Pedro I no governo do Brasil e assim que chegou a Lisboa assinou a constituição de 1821 tornando ilegal os movimentos liberais contra a monarquia.

No dia 4 de Março de 1826, Dom João começou a ter enjoos, a vomitar muito e ter convulsões, por prudência deixou sua filha, Isabel Maria, na regência de Portugal até o dia 10 de Março, quando, por mais que num curto período de tempo parecia ter melhorado seu estado de saúde, veio a falecer.

Caro disseminador do senso comum, após ler tudo isso eu te pergunto: Vai uma coxinha de frango?

FONTES:
 https://www.suapesquisa.com/historia/revolucao_liberal_porto.htm

https://archive.org/details/domjoovinobrazi02limagoog

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/historia/versoes/downloads/Emiliaviotti.pdf

(os links sobre suas obras foram colocados linkados nos próprios nomes)

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